do blog: http://mestredivano.blogspot.com.br/
Por: John Land Carth
Temos saudades de pessoas que ainda são presentes, mas não são mais as mesmas. Sentimos falta do amigo que tínhamos e do jeito que ele falava e agia conosco.... Ele ainda está aqui e nos visita, mas não é aquele da juventude, mudou muito. O marido, a esposa não é mais aquela pessoa das paqueras, do flerte, nem se parece, em atitudes, com a pessoa com quem namoramos, também se foi estando ao alcance das mãos.
Olhamo-nos com imensa saudade de pessoas presentes que agora são diferentes.
Os pais olham filhos crescidos e sentem falta de quando eram criancinhas que cabiam todos no aconchego de seus braços protetores. Ah, como era bom ver o olhar dos filhinhos... Éramos para eles as coisas mais importantes e preciosas da Terra para eles... Mas cresceram e não somos mais nada disso, nos tratam como iguais e existem milhões de concorrentes para suas admirações. Todos nós temos em alguma medida apego ao que já passou.
Talvez por isso os avós se apeguem e protejam tanto os netinhos, é uma forma sutil da vida nos dar a sensação de que temos novamente os filhinhos junto ao peito.
Não vamos ter de fato o que passou, porque nós também mudamos e não somos a pessoa que éramos na mocidade...
Se não mudamos, causamos problemas invariáveis porque não nos adaptaremos ao que a vida nos apresenta hoje. Precisamos amadurecer e assumir o lugar social que nos cabe.
A água precisa fluir, a natureza, seguir seu curso. O que podemos fazer é viver ao máximo o que temos agora. Devemos amar e curtir muito os amigos na juventude; as crianças nas suas inocências; o namoro antes do casamento e o casamento antes da separação pela morte ou pela própria vida.
Sentir saudade não é ruim e é inevitável, só sentimos saudades do que foi bom. Entretanto, não podemos jogar âncora no ontem, morar eternamente no que não existe mais.
Agradecemos a história vivida e arquivada, mas seguimos. Sempre é possível dizer "oi" novamente aos sujeitos novos, aceitar o desafio de conhecer e amar essa pessoa estranha e nova que o filho, o amor, o amigo se tornou.
Se não despertar o mesmo prazer, paciência, cada um desabrocha para ser o que é, não há uma fôrma igual para todos e não nos repetiremos.
A mudança denuncia sempre que estamos vivos e existimos. Sejamos agradecidos também por isso, afinal, amemos ao menos por ainda estarem presentes, fatalmente, um dia não estarão mais.
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