quarta-feira, 16 de novembro de 2016

As saudades de quem ainda está presente

do blog: http://mestredivano.blogspot.com.br/



 Por: John Land Carth


Temos saudades de pessoas que ainda são presentes, mas não são mais as mesmas. Sentimos falta do amigo que tínhamos e do jeito que ele falava e agia conosco.... Ele ainda está aqui e nos visita, mas não é aquele da juventude, mudou muito. O marido, a esposa  não é  mais aquela pessoa das paqueras, do  flerte, nem se parece, em atitudes, com a pessoa com quem namoramos, também se foi estando ao alcance das mãos.
 Olhamo-nos com imensa saudade de pessoas presentes que agora são diferentes.
Os pais olham filhos crescidos e sentem falta de quando eram criancinhas que cabiam todos no aconchego de seus braços protetores.  Ah, como era bom ver o olhar dos filhinhos... Éramos para eles as coisas mais importantes e preciosas da Terra para eles... Mas cresceram e não somos mais nada disso, nos tratam como iguais e  existem milhões de concorrentes para suas admirações. Todos nós temos em alguma medida apego ao que  já passou.
Talvez por isso os avós se apeguem e protejam tanto os netinhos,  é uma forma sutil da vida  nos dar a sensação de que temos novamente os filhinhos junto ao peito.
Não vamos ter de fato o que passou, porque nós também mudamos e não somos a pessoa que éramos na mocidade...
Se não mudamos, causamos problemas invariáveis porque não nos adaptaremos ao que a vida nos apresenta hoje. Precisamos amadurecer e assumir o lugar social que nos cabe.
A água precisa fluir,  a natureza, seguir seu curso. O que podemos fazer é viver ao máximo o que temos agora.   Devemos amar e curtir muito os amigos na juventude; as crianças nas suas inocências; o namoro antes do casamento e o casamento antes da separação pela morte ou pela própria vida.
Sentir saudade não é ruim e é inevitável, só sentimos saudades do que foi bom. Entretanto, não podemos jogar âncora no ontem, morar eternamente no que não existe mais.
 Agradecemos a história vivida e arquivada, mas seguimos.  Sempre é possível dizer "oi" novamente aos sujeitos novos,  aceitar o desafio de conhecer e amar essa pessoa estranha e nova que o filho, o amor, o amigo se tornou.
Se não despertar o mesmo prazer,  paciência, cada um desabrocha para ser o que é,  não há uma fôrma igual para todos e não nos repetiremos.
A mudança denuncia sempre que estamos vivos e existimos. Sejamos agradecidos também por isso, afinal, amemos ao menos por ainda estarem presentes, fatalmente, um dia não estarão mais.

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