Cláudia Abreu Fonseca (Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1970) é uma atriz brasileira de cinema, teatro e televisão.
niciou sua carreira no Tablado (tradicional companhia de teatro, fundada por Maria Clara Machado, em 1951, no Rio de Janeiro) pelas mãos de seu tio Ovídio que, apesar de não ser ator de carreira, encenava peças pela companhia como uma espécie de 'segunda profissão'. Na época, não era fácil juntar-se à companhia. O tio, no entanto, conseguiu uma vaga para os irmãos mais velhos de Cláudia, que não demonstraram interesse pela oportunidade. Cláudia aceitou a oferta por curiosidade, e passou a fazer o curso como uma espécie de atividade extracurricular. Para sua surpresa, começaram a surgir várias oportunidades de testes para comerciais, convites para grupos de teatro infantil e outros trabalhos. Aos quinze anos, a jovem atriz foi chamada para um teste de telenovela na Rede Globo. Em suas próprias palavras, o retorno foi imediato — quando percebeu, já era atriz profissional. De sua experiência no Tablado, Cláudia destaca a chance de interpretar o papel principal em O Despertar da Primavera, que estimulou seu interesse pelo teatro. Graças a essa montagem, acabou sendo convidada para seu primeiro trabalho na televisão, que a catapultou para o conhecimento do grande público e, eventualmente, para o estrelato.
Em 1986, fez sua estréia na Rede Globo, ao participar de um episódio do extinto Teletema. O programa nem havia ido ao ar e a atriz já estava escalada para despontar em um dos papéis principais da novela Hipertensão. Na trama, interpretou Luzia, personagem que morria por volta do capítulo 100. Num emendo, integrou o elenco da novela O Outro.
Com o surgimento de tantos trabalhos, foi estudar à noite para completar os estudos. Embora fosse boa aluna, não chegou a prestar vestibular e resolveu voltar aos bancos de escola após os 30 anos, cursando faculdade de Filosofia. A seriedade com que encara a profissão é demonstrada pela decisão de voltar a estudar e pela busca por experiências desafiadoras e bons personagens, sempre interessada na diversificação de papéis, gêneros dramatúrgicos e meios de representação.
Se tornou popular por uma série de papéis marcantes em novelas, minisséries, seriados e especiais da TV Globo. Em 1988, chegou a apresentar o musical Globo de Ouro, substituindo a atriz Isabela Garcia, que acabara de dar à luz. Sua carreira na TV é entremeada por breves interrupções ou participações esporádicas em séries e especiais, períodos em que se dedicou ao teatro, ao cinema e à maternidade.
Em 1989, co-protagonizou o grande sucesso Que Rei Sou Eu?, em que incorporou a princesa Juliette, que dançava lambada e até aparecia de minissaia em pleno século XVIII, mostrando ao público seu lado cômico. Em 1990, viveu uma das personagens mais marcantes de sua carreira, a dançaria Clara, da novela Barriga de Aluguel. Na trama, Clara aceitava alugar o útero para gerar o filho de outra mulher, levantando a discussão sobre quem deveria ficar com a criança, a mãe biológica ou a mãe de aluguel.
Em 1992, integrou o elenco da minissérie Anos Rebeldes, como a jovem militante Heloísa, que de mocinha mimada e rica, entra para a luta armada e financia o golpe militar de 1964. Sua atuação na minissérie lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. Em seguida, protagonizou a novela Pátria Minha e, posterior a esse trabalho, a procura de diversificar sua carreira, após oito anos participando de novelas quase que anualmente, inicou seu primeiro período sabático, a partir de 1995, limitando-se a participações pontuais e bissextas nas séries A Vida Como Ela É e A Comédia da Vida Privada, e nas minisséries Guerra dos Canudos e Labirinto. Nesse período, chegou a recusar convite para protagonizar a minissérie Hilda Furacão, no papel da prostituta Hilda, que acabou ficando com Ana Paula Arósio. Outra curiosidade, é a sua participação na minissérie Labirinto, após recusar-se a fazer uma das personagens centrais.
Durante esse intervalo, pôde se dedicar ao cinema. O ano de 1997, é particularmente prolífico em sua carreira. Após uma marcante participação no média metragem Absinto, em 1992, Tieta é lançado, em fins de 1996. Ao lado de Sônia Braga e Marília Pêra, interpretou Leonora. No ano seguinte, mais alguns trabalhos seus chegam aos cinemas: O que É Isso, Companheiro?, onde faz o papel da guerrilheira Renée, ao lado do americano Alan Arkin, e Ed Mort, como Cibele, que lhe rendeu o prêmio Lente de Cristal, no Festival de Miami. Nessa época, e paralelamente ao cinema, voltou aos palcos, atuando em Noite de Reis e As Três Irmãs.
Em 1999, seu retorno às grandes produções da televisão vem no papel da escrava branca Olívia, em Força de um Desejo. Em 2001, apareceu no cinema como a baronesa Maria Luísa, no filme O Xangô de Baker Street. Esse ano, em especial, se destacou em sua vida mais pelo nascimento de Maria Maud, sua filha com o cineasta José Henrique Fonseca. Devido a esse fato, reduziu seus compromissos profissionais e inicou outro período sabático. Importantes, nessa fase, são as filmagens do longa O Homem do Ano. O filme, emblemático para o casal, já que foi dirigido por seu marido, teve roteiro premiado de Rubem Fonseca, sogro de Cláudia.
Em 2002, fez uma participação na minissérie O Quinto dos Infernos, como a imperatriz Amélia de Leuchtenberg, segunda esposa do imperador brasileiro, Dom Pedro I. Também filmou O Caminho das Nuvens, um road movie brasileiro sobre uma família de nordestinos que, de bicicleta, atravessa toda a distância até o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor.
No ano seguinte, retornou à televisão em Celebridade, na pele da pérfida Laura Prudente da Costa, arquiinimiga da mocinha Maria Clara Diniz, de Malu Mader, grande amiga sua na vida real. Primeira vilã na carreira da atriz, que lhe valeu o Prêmio Contigo! de melhor atriz. Laura, a despeito de suas vilanias, foi um estrondoso sucesso de público; o humor ácido, pontuado pelo tempo seguro e perfeito de Cláudia, tornaram a personagem extremamente popular e querida. Também nesse ano, como homenagem ao seu início no Tablado, produziu e estrelou a peça clássica de Maria Clara Machado, Pluft, o Fantasminha.
Em 2004, a autora Glória Perez convidou a atriz para estrelar América, no papel da imigrante Sol. Na época, Cláudia recusou a oferta e argumentou que a produção de uma telenovela absorve demais a vida de um ator, e que ela não poderia se ausentar tanto tempo da rotina e da vida em família, ao lado do marido e principalmente da filha, Maria, então com apenas quatro anos.[carece de fontes] Com um ritmo mais suave, o cinema voltou a ser opção na sua vida. Cláudia aceitou o convite para substituir a atriz francesa Clara Bellar na produção de Os Desafinados, e começou a filmar, no Rio e em Nova Iorque, ao lado de Rodrigo Santoro, Ângelo Paes Leme e outros. A história marca a trajetória de um grupo de cinco músicos nos tumultuados anos sessenta e setenta, sua luta pelo sucesso e seus dramas pessoais.
Retornou à televisão em outra grande produção da Rede Globo, Belíssima, como Vitória, ex-menina de rua, que se casa com o milionário Pedro Assumpção e com quem vai viver na Grécia, enfrentando grande oposição por parte da avó megera do rapaz, Bia Falcão.
Em 2007, pela primeira vez desde que inicou sua parceria com o autor Gilberto Braga, em 1992, atuando na minissérie Anos Rebeldes, Cláudia ficou de fora de uma novela do autor. Isso, porque ao ser convidada a integrar o elenco de Paraíso Tropical, como a personagem principal da trama, interpretando duas irmãs gêmeas separadas quando pequenas, sendo uma boa e outra má, se viu obrigada a recusar o convite por estar grávida, tendo sido substituída por Alessandra Negrini.[carece de fontes]
Em 2008 recusou novo convite, desta vez para protagonizar Beleza Pura. Seu trabalho seguinte foi Três Irmãs, onde interpretava Dora, uma perua levemente fútil, mas de bem com a vida.